Inflação reduzida e austeridade fiscal marcam o primeiro ano de Javier Milei na presidência. Apesar do otimismo do mercado, pobreza e desigualdade permanecem como desafios centrais.
Após um ano da gestão de Javier Milei, a economia da Argentina apresenta resultados mistos, com avanços em alguns indicadores e desafios estruturais significativos. A inflação mensal, que era um dos maiores problemas econômicos, foi reduzida de 12,8% em novembro de 2023 para 2,7% em outubro de 2024. Esse resultado foi alcançado por meio de um rigoroso programa de cortes nos gastos públicos, incluindo a redução do número de ministérios, suspensão de obras públicas, diminuição de subsídios e demissões em massa no setor público. No entanto, essas medidas levaram a uma contração do PIB nos primeiros dois trimestres de 2024.
A gestão fiscal austera de Milei tem recebido apoio do mercado financeiro. A bolsa de valores argentina apresentou alta significativa, e investidores demonstram otimismo com as políticas econômicas, especialmente em comparação com administrações anteriores. Apesar disso, os desafios permanecem intensos: mais de 50% da população vive em situação de pobreza, e a desigualdade social continua elevada.
Promessas importantes, como a dolarização da economia e o fechamento do Banco Central, ainda não foram implementadas. O controle cambial, que limita a movimentação de dólares, deve ser abolido em 2025, mas essa política segue sendo um ponto de controvérsia.
Especialistas destacam que o governo de Milei precisará ir além da redução da inflação para alcançar um crescimento sustentável. Investimentos em infraestrutura, aumento da produtividade e geração de emprego são prioridades para enfrentar os níveis elevados de pobreza e estimular a recuperação econômica a longo prazo.
A popularidade do presidente, acima de 50%, reflete um respaldo considerável, mas os próximos anos serão decisivos para determinar o impacto real de suas políticas no desenvolvimento socioeconômico da Argentina.