Governo justifica deslocamento com normas de segurança estabelecidas desde 2004.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, utilizou uma aeronave do governo estadual para comparecer a um ato político ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. A viagem gerou debates sobre o uso de recursos públicos em compromissos de caráter político-partidário, levantando questionamentos sobre os limites entre a segurança institucional e a participação em eventos pessoais.
A administração estadual defendeu a utilização do avião oficial, alegando que a segurança do governador, incluindo todos os seus deslocamentos, é de responsabilidade da Casa Militar. O governo afirma que a medida segue o que determina um decreto de 2004, que estabelece regras para a proteção do chefe do Executivo paulista e inclui o transporte aéreo em sua estrutura de segurança.
O episódio reacendeu discussões sobre o uso de bens e serviços do governo para atividades que não estão diretamente ligadas à administração pública. Para críticos, o uso da aeronave oficial deveria se restringir a compromissos de interesse do Estado, evitando associações com eventos políticos e partidários.
Aliados de Tarcísio, no entanto, sustentam que a segurança do governador não pode ser dissociada de sua agenda pública e que o uso de recursos estatais para sua proteção segue protocolos já adotados há anos. Eles também destacam que deslocamentos com aeronaves oficiais são comuns entre governadores e presidentes, sendo justificados pelo princípio da segurança institucional.
O uso de aviões governamentais para compromissos políticos já gerou polêmicas em outros momentos da história brasileira, levantando debates sobre a necessidade de regras mais claras para distinguir deslocamentos oficiais de viagens pessoais ou partidárias. No Brasil, a legislação permite o uso dessas aeronaves para garantir a proteção de chefes do Executivo, mas a falta de um critério objetivo sobre os tipos de eventos que justificam esse uso abre margem para interpretações diversas.
Enquanto o caso repercute nos bastidores políticos, Tarcísio mantém sua rotina de compromissos e continua sendo visto como um dos principais nomes da direita no país. Sua proximidade com Bolsonaro reforça especulações sobre seu futuro político e a possibilidade de participação nas eleições presidenciais nos próximos anos.