Declaração de Pete Hegseth reforça postura cautelosa de Washington e desagrada Kiev.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou que a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não está nos planos de Washington e que a responsabilidade sobre o futuro de Kiev deve recair sobre a Europa. A declaração, dada nesta terça-feira (13), frustra as expectativas do governo ucraniano, que busca maior apoio militar e político do Ocidente.
Hegseth classificou como “irrealista” um retorno da Ucrânia às fronteiras anteriores à guerra com a Rússia e indicou que os países europeus devem assumir um papel mais ativo no conflito. “A Europa precisa decidir qual será sua estratégia de longo prazo para a Ucrânia. Os EUA continuarão apoiando, mas dentro de limites claros”, afirmou.
As declarações reforçam a mudança de tom da Casa Branca. Embora os EUA tenham enviado ajuda militar para Kiev, o governo americano demonstrou resistência a um compromisso mais profundo , especialmente com a entrada da Ucrânia na Otan. O temor é que isso aumenta o pedido com Moscou e envolve a aliança em um confronto direto com a Rússia.
A resposta ucraniana ainda não foi oficializada, mas os analistas avaliam que a declaração de Hegseth pode ser interpretada como um recado de que o apoio dos EUA tem limites . Enquanto isso, países europeus como França e Alemanha terão que definir se ampliarão seu suporte militar e financeiro para Kiev.
A Otan tem evitado dar um cronograma para a adesão da Ucrânia, alegando que o país precisa primeiro garantir estabilidade e reformas institucionais. No entanto, a pressão russa e a dependência da ajuda ocidental tornam essa questão central para o futuro da guerra.