Com o objetivo de melhorar o bem-estar e atrair talentos, empresa em Portugal implementa a escala 4×3, reduzindo a semana para quatro dias sem impacto salarial e inspirando debates no Brasil.
Pensando em atrair e reter talentos, uma empresa em Portugal implementou um novo modelo de trabalho em 2022: a escala 4×3, que reduz a semana para quatro dias de trabalho, oferecendo maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal sem redução salarial.
O modelo 4×3 funciona da seguinte forma: os funcionários têm três dias de folga e trabalham apenas quatro dias durante a semana, mantendo sua carga horária regular, mas distribuindo o tempo de forma mais flexível. O objetivo principal é promover o bem-estar dos colaboradores, oferecendo mais tempo para lazer, atividades pessoais e descanso, sem impactar diretamente no salário ou na produtividade da empresa.
A implementação desse modelo foi bem-suced e despertou uma série de debates em todo o mundo, especialmente por seu potencial de impacto no equilíbrio entre a vida profissional e familiar e na saúde mental dos trabalhadores.
No Brasil, o tema passou a ganhar relevância após a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) propor o fim da tradicional escala 6×1, modelo que exige seis dias de trabalho por semana. A proposta visa criar um ambiente de trabalho menos rígido e mais adaptado às necessidades dos trabalhadores brasileiros, especialmente em um cenário marcado por altos índices de estresse e exaustão no ambiente corporativo.
A deputada argumenta que reduzir a carga horária poderia ajudar a combater o esgotamento físico e mental dos profissionais, além de estimular um ambiente de trabalho mais produtivo e colaborativo. Segundo ela, o ajuste na rotina de trabalho poderia criar uma estrutura mais inclusiva, permitindo que famílias e trabalhadores tenham mais tempo para cuidar da saúde e das atividades pessoais.
Essa mudança reflete uma tendência global, onde empresas buscam soluções alternativas para aumentar a produtividade, melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e adaptar-se às novas demandas do mercado de trabalho. O modelo da escala 4×3 também busca reduzir o impacto emocional de jornadas extensas e longos períodos de trabalho, contribuindo para um ambiente organizacional mais saudável.
Além disso, estudos mostram que uma semana de trabalho reduzida pode impulsionar a motivação e a satisfação dos funcionários, o que se traduz em maior engajamento e resultados positivos para as empresas. Essa ideia também contribui para a redução de rotatividade, diminuindo os custos com recrutamento e treinamento de novos colaboradores.
Empresas em vários setores já começam a implementar essa abordagem, analisando os resultados por meio de métricas de produtividade, bem-estar e satisfação no ambiente de trabalho. O sucesso do modelo em Portugal está impulsionando uma série de estudos para avaliar os impactos dessa nova dinâmica no longo prazo.
No cenário brasileiro, a proposta de implementar jornadas alternativas deve continuar em debate, com um olhar atento às demandas da nova geração de trabalhadores e aos avanços tecnológicos que possibilitam a flexibilidade no mercado de trabalho. A ideia é que empresas e profissionais possam encontrar um equilíbrio ideal que promova saúde, qualidade de vida e desenvolvimento econômico sustentável para todos os envolvidos.
O futuro do trabalho pode estar em um modelo mais humano e adaptável, com menos dias de trabalho e mais foco no bem-estar e na satisfação profissional.
