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Popularidade baixa exige disciplina e não populismo, diz Marcelo Fonseca.

Especialista alerta que decisões impulsivas podem comprometer gestão a longo prazo.

Em momentos de baixa popularidade, muitos gestores e líderes políticos recorrem a medidas populistas para recuperar apoio. No entanto, segundo o economista e consultor Marcelo Fonseca, essa estratégia pode ser um erro grave. Ele defende que, em vez de buscar soluções de curto prazo para agradar a opinião pública, é fundamental manter a disciplina na gestão e adotar decisões estratégicas que garantam estabilidade e crescimento sustentável.

O risco do populismo em momentos de crise

De acordo com Fonseca, quando um governante ou líder enfrenta queda na aprovação, há uma pressão natural para agir rapidamente e reverter a situação. No entanto, ceder a essa pressão com medidas populistas – como cortes de impostos sem planejamento, gastos públicos descontrolados ou promessas de benefícios sem sustentação fiscal – pode levar a consequências negativas no futuro.

“O problema do populismo é que ele traz ganhos imediatos, mas quase sempre gera custos altos a médio e longo prazo. Um líder que cede a essa tentação pode até recuperar popularidade temporariamente, mas compromete a credibilidade e a eficiência da gestão”, explica.

O especialista cita exemplos de países que enfrentaram dificuldades econômicas justamente por decisões impopulares no momento, mas necessárias para equilibrar as contas públicas. “Se olharmos para economias que conseguiram superar crises de forma eficiente, veremos que elas passaram por momentos difíceis, mas a disciplina fiscal e administrativa foram essenciais para garantir um futuro sustentável.”

Disciplina e transparência como pilares da recuperação

Para Fonseca, a melhor resposta para períodos de baixa popularidade não é recorrer a medidas emergenciais que apenas mascaram os problemas, mas sim trabalhar com transparência, adotar políticas consistentes e manter a disciplina na execução das estratégias.

Ele destaca algumas práticas essenciais para líderes que enfrentam desafios de popularidade:

Comunicação clara e honesta: Explicar as decisões ao público e demonstrar os benefícios de longo prazo evita desgaste desnecessário.

Foco na eficiência da gestão: Cortar desperdícios e melhorar a qualidade dos serviços públicos traz retornos mais sólidos do que gastos desenfreados.

Planejamento estratégico: Medidas estruturais, ainda que impopulares no curto prazo, são fundamentais para a recuperação econômica e institucional.

Resistência a pressões políticas: Líderes que cedem a interesses imediatistas podem comprometer toda uma gestão.

Populismo versus responsabilidade

A história mostra que gestores que optam por um caminho de responsabilidade e disciplina, mesmo diante de críticas, muitas vezes são reconhecidos posteriormente. Fonseca ressalta que popularidade não pode ser o único termômetro para avaliar a eficácia de uma liderança.

“O bom gestor não é aquele que busca apenas aceitação, mas sim aquele que deixa um legado positivo e sustentável. O populismo pode parecer uma solução rápida, mas disciplina e responsabilidade são os verdadeiros pilares do sucesso”, conclui.

Dessa forma, em tempos de baixa popularidade, a melhor estratégia não é ceder a medidas superficiais para agradar momentaneamente, mas sim manter o foco no que realmente trará resultados sólidos e duradouros para a sociedade.

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