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Petrobras tem prejuízo de R$ 10 bilhões com venda de combustível abaixo do preço internacional.

Diferença nos valores internos e externos impacta receita da estatal.

A Petrobras registrou uma perda de aproximadamente R$ 10 bilhões ao longo dos últimos meses devido à venda de combustíveis a preços inferiores aos praticados no mercado internacional. O cálculo considera a defasagem entre os valores cobrados pela estatal no Brasil e as cotações internacionais do petróleo e seus derivados, como gasolina e diesel.

Desde a mudança na política de preços em 2023, a Petrobras deixou de seguir automaticamente a Paridade de Preço de Importação (PPI), permitindo ajustes que levem em conta custos internos e a competitividade do mercado nacional. Essa estratégia resultou em períodos de defasagem nos preços, especialmente diante da alta recente do petróleo no exterior.

Impacto nas contas da estatal

Segundo especialistas, a política adotada tem garantido maior previsibilidade para os consumidores, mas representa um desafio financeiro para a Petrobras. A venda de combustíveis abaixo dos preços internacionais pressiona a margem de lucro da companhia e pode reduzir a distribuição de dividendos aos acionistas.

O mercado acompanha com atenção os impactos dessa estratégia nos resultados trimestrais da empresa. No último balanço divulgado, a Petrobras apresentou um lucro líquido de R$ 88,9 bilhões em 2023, mas analistas alertam que a manutenção de preços defasados pode comprometer a geração de caixa no longo prazo.

Reajustes podem vir à frente

Apesar da perda acumulada, o governo tem reforçado que não há interferência política na definição dos preços dos combustíveis. No entanto, a empresa pode precisar reajustar os valores em breve para equilibrar suas finanças, especialmente se o petróleo seguir em alta no mercado global.

Distribuidoras e importadores também pressionam por correções, alegando dificuldades para competir com os preços praticados pela Petrobras. Segundo dados do setor, a defasagem chegou a 10% no diesel e a 14% na gasolina em alguns períodos recentes.

A estatal ainda não anunciou mudanças na política de preços, mas deve avaliar o cenário econômico e o comportamento do mercado internacional antes de definir novos reajustes.

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