Ministro detalha mudanças na cobrança do Imposto de Renda, incluindo novas alíquotas para altas rendas e fundos exclusivos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou nesta terça-feira novas regras para a cobrança do Imposto de Renda (IR), com o objetivo de aumentar a arrecadação e corrigir distorções históricas na tributação dos mais ricos. Durante o anúncio, Haddad afirmou que as mudanças irão mexer em “feridas abertas”, referindo-se a privilégios fiscais e brechas que beneficiam os mais abastados.
Entre as principais medidas, o governo pretende implementar alíquotas mais elevadas para pessoas com rendimentos muito altos e avançar na taxação de fundos exclusivos, utilizados por grandes fortunas para pagar menos impostos. A proposta também busca equilibrar a carga tributária entre diferentes faixas de renda, aumentando a progressividade do sistema fiscal brasileiro.
Taxação dos super-ricos
Um dos pontos centrais da nova política tributária é a taxação de fundos exclusivos, mecanismo amplamente utilizado por milionários para diferir o pagamento de impostos sobre seus investimentos. Com as mudanças, o governo espera arrecadar bilhões de reais nos próximos anos, reduzindo a desigualdade na contribuição fiscal.
Outra medida prevê o aumento da alíquota do Imposto de Renda sobre grandes rendas, impactando diretamente aqueles que hoje pagam proporcionalmente menos do que assalariados de renda média. Segundo Haddad, o modelo atual cria uma distorção que precisa ser corrigida para tornar o sistema tributário mais justo.
Impacto na economia e resistência política
A reforma do IR proposta pelo governo já enfrenta resistência de setores do empresariado e de grupos políticos contrários ao aumento da carga tributária. Críticos argumentam que a taxação dos fundos exclusivos pode desestimular investimentos e afetar o mercado financeiro.
Por outro lado, defensores da medida apontam que o Brasil tem um dos sistemas tributários mais desiguais do mundo, onde os mais ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que a classe média. Para Haddad, a proposta busca garantir que aqueles com maior capacidade financeira contribuam de maneira mais justa para o financiamento do Estado.
O governo pretende enviar o projeto ao Congresso nas próximas semanas, e a tramitação promete ser intensa. O sucesso da reforma dependerá do apoio político para aprovação das novas alíquotas e da disposição do governo em negociar ajustes no texto final. Enquanto isso, o debate sobre a equidade tributária no Brasil volta ao centro das discussões econômicas.