Planalto avalia que anúncio de aumento nas tarifas é estratégia do ex-presidente dos EUA para obter concessões comerciais.
O governo brasileiro considera que o aumento das tarifas anunciado por Donald Trump, pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, faz parte de uma estratégia de negociação. Assessores do Planalto avaliam que a medida tem caráter provisório e pode ser revista caso Trump retorne ao poder.
A equipe econômica acompanha o caso com cautela, mas acredita que o impacto imediato será limitado. Os setores da indústria brasileira têm prejuízos, principalmente na exportação de aço e alumínio, já que os EUA são um dos principais mercados para esses produtos.
Trump anunciou a possibilidade de uma “tarifaço” sobre países estrangeiros, incluindo produtos brasileiros, caso vença as eleições de novembro. A retórica protecionista não é nova: durante seu primeiro mandato, ele impôs sobretaxas ao aço brasileiro, alegando necessidade de proteger a indústria americana.
O Itamaraty tenta interlocução com diplomatas dos EUA para entender o alcance da medida. O governo também mantém diálogo com empresários para avaliar os possíveis impactos. Integrantes da equipe econômica ressaltam que, se Trump vencer, o Brasil precisará renegociar os termos comerciais para evitar barreiras mais rígidas.
Especialistas apontam que a estratégia de Trump é impulsionar parceiros comerciais a aceitar novas condições, reforçando sua posição nas negociações internacionais. O Brasil, segundo fontes do governo, tentará evitar retaliações e buscará soluções diplomáticas para manter as exportações.