Especialistas alertam que a alta de juros e o cenário macroeconômico podem exigir revisão das taxas de retorno dos projetos.
O governo federal anunciou a intenção de realizar pelo menos 87 concessões no setor de infraestrutura de transportes ao longo de 2025, totalizando investimentos estimados em R$ 106,42 bilhões. A maior parte desses recursos está concentrada nas repactuações de contratos antigos, acordos que estão sendo renegociados entre as empresas e o governo.
O setor rodoviário deverá concentrar a maior parte dos investimentos, com sete repactuações de concessões de estradas federais em análise no Tribunal de Contas da União (TCU), somando R$ 60,32 bilhões. Além disso, estão previstas oito novas concessões de trechos rodoviários que ainda são geridos pelo governo federal, totalizando R$ 34,16 bilhões.
No setor portuário, o Ministério dos Portos e Aeroportos planeja 21 concessões de terminais portuários, com investimentos estimados em R$ 8,54 bilhões. Quanto aos aeroportos, a pasta pretende conceder 51 terminais de pequeno porte às concessionárias que já controlam os maiores aeroportos do país, oferecendo prazo de concessão ou redução de valores atuais das outorgas, totalizando R$ 3,4 bilhões.
No entanto, especialistas alertam que a alta da taxa de juros e o cenário macroeconômico atual podem impactar a atratividade desses projetos para os investidores. O Ministério dos Transportes está considerando a revisão das taxas internas de retorno (TIR) das concessões rodoviárias previstas para 2025, caso a taxa de juros se estabilize em patamares mais elevados do que os atuais. O ministro Renan Filho destacou a necessidade de garantir que os investimentos sejam mais rentáveis do que deixar o dinheiro aplicado no banco, enfatizando a importância de uma análise cuidadosa para o sucesso dos leilões.
A revisão das TIRs visa assegurar que os projetos de concessão permaneçam atrativos para os investidores, considerando as condições econômicas vigentes. O Ministério dos Transportes está atento às flutuações da taxa de juros e ao cenário macroeconômico para ajustar as condições das concessões conforme necessário, garantindo a viabilidade e o sucesso dos projetos planejados para 2025.
