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Fed pode frustrar mercado nesta semana, alerta analista.

Flávio Conde, da Levante Investimentos, prevê postura mais rígida do banco central americano.

O Federal Reserve (Fed) deve adotar uma postura mais dura do que o esperado nesta semana, esfriando as expectativas do mercado em relação a cortes de juros, segundo Flávio Conde, analista da Levante Investimentos. A avaliação indica que o banco central dos Estados Unidos pode frustrar investidores ao reforçar sua preocupação com a inflação e sinalizar que a política monetária permanecerá restritiva por mais tempo.

Durante sua participação no VEJA Mercado, Conde destacou que, apesar da expectativa inicial de cortes na taxa de juros ainda este ano, os dados econômicos recentes mostram uma inflação mais persistente, o que pode levar o Fed a manter sua posição cautelosa. Isso significa que as apostas de um alívio na política monetária podem ser adiadas, impactando mercados globais e pressionando ativos de risco.

Inflação ainda preocupa o Fed

Os investidores vinham apostando que o Fed começaria a cortar juros em meados de 2024, especialmente após sinais de desaceleração econômica. No entanto, a inflação nos EUA continua acima da meta de 2% ao ano, e o mercado de trabalho segue aquecido, o que pode levar o Fed a manter sua postura conservadora para evitar um novo surto inflacionário.

Se o banco central reforçar a necessidade de manter os juros elevados por mais tempo, isso pode impactar diretamente os mercados acionários, reduzindo o apetite por ativos de risco. Além disso, uma postura mais dura do Fed pode fortalecer o dólar, pressionando moedas emergentes, incluindo o real.

Impacto nos mercados e na economia global

A decisão do Fed e suas declarações podem ter reflexos imediatos em bolsas de valores ao redor do mundo. Caso o banco central adote um tom mais rígido, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano podem subir, reduzindo a atratividade das ações e aumentando a volatilidade dos mercados.

No Brasil, um Fed mais conservador pode dificultar a trajetória de corte de juros pelo Banco Central, já que uma política monetária apertada nos EUA tende a pressionar o câmbio e aumentar a incerteza inflacionária. Isso pode levar o BC brasileiro a ser mais cauteloso ao reduzir a Selic, impactando setores como o de crédito e consumo.

Expectativa para a reunião do Fed

O mercado acompanhará atentamente as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em busca de pistas sobre os próximos passos da política monetária. Caso o Fed sinalize que os cortes de juros serão adiados para o final do ano ou até 2025, a reação do mercado pode ser negativa no curto prazo.

Para os investidores, o momento exige cautela e uma avaliação cuidadosa do cenário macroeconômico. Se a postura do Fed for realmente mais rígida, os ativos de risco podem enfrentar um período de volatilidade até que haja maior clareza sobre o futuro da política monetária nos Estados Unidos.

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