Entre as 25 propostas para os próximos dois anos, 11 medidas selecionadas pela equipe de Fernando Haddad têm foco em ajustes fiscais e tecnologia.
Em uma apresentação ao Congresso Nacional, a equipe do Ministério da Fazenda, liderada pelo ministro Fernando Haddad, apresentou um conjunto de propostas que serão prioritárias para o governo em 2025. O plano inclui 25 itens que abrangem áreas estratégicas da economia e da administração pública, mas 11 deles foram destacados como prioridades para o próximo ano. Entre essas medidas, destacam-se o controle dos chamados “supersalários” no serviço público e a regulação da inteligência artificial (IA), que têm gerado grande discussão política e econômica no Brasil.
A medida contra os supersalários, que visa reduzir as discrepâncias salariais no setor público, já vinha sendo discutida em gestões anteriores, mas deve ganhar um novo impulso em 2025. A proposta é estabelecer tetos mais rígidos para os salários de servidores, principalmente em cargos de alto escalão, como ministros, procuradores e juízes, buscando dar mais transparência e equilíbrio à gestão fiscal. A medida é vista como fundamental para garantir uma maior eficiência no uso dos recursos públicos, especialmente em um contexto de austeridade fiscal.
Outro ponto de destaque é a regulação da inteligência artificial, que se tornou um tema central não só no Brasil, mas em vários países ao redor do mundo. A equipe da Fazenda acredita que é fundamental estabelecer diretrizes claras para o uso de IA em setores como saúde, educação, e segurança pública, além de garantir que tecnologias emergentes sejam utilizadas de forma ética e com o devido controle. A regulação da IA também deve abordar questões de privacidade, transparência e impacto social, com o intuito de evitar abusos e garantir que os benefícios dessas tecnologias sejam amplamente distribuídos.
Além disso, o governo brasileiro busca avançar em medidas fiscais mais amplas, com o objetivo de melhorar a arrecadação e controlar o aumento da dívida pública. A reforma tributária continua sendo um dos pontos centrais das discussões, com a ideia de simplificar o sistema de impostos e diminuir a burocracia. Isso incluirá ajustes no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a criação de novos incentivos fiscais para setores estratégicos da economia.
Outras propostas que estão no radar da Fazenda para 2025 incluem a melhoria da gestão fiscal dos estados e municípios, a atualização das regras de investimentos públicos, e a criação de novas políticas de estímulo à inovação e ao desenvolvimento tecnológico no Brasil. A ideia é não só melhorar a competitividade da economia brasileira, mas também promover um ambiente mais transparente e eficiente para o crescimento sustentável.
A Fazenda também se prepara para lançar medidas que vão melhorar a estrutura do sistema bancário e financeiro, com o objetivo de reduzir custos para as empresas e consumidores, além de facilitar o acesso a crédito. Esse aspecto é particularmente importante para estimular a recuperação econômica pós-pandemia e para facilitar o crescimento das pequenas e médias empresas, que são fundamentais para a geração de empregos no país.
Ao apresentar essas propostas, o governo sinaliza sua intenção de lidar com desafios fiscais e ao mesmo tempo promover avanços no setor tecnológico. No entanto, as medidas enfrentam resistência política e, caso sejam implementadas, exigirão um trabalho colaborativo com o Congresso e o Judiciário, especialmente em relação à regulação da inteligência artificial e à reforma dos supersalários.
A gestão Haddad também focará em garantir que os projetos recebam a aprovação necessária e sejam implementados de forma eficaz, para que o Brasil possa dar passos importantes em direção à modernização da administração pública e à adaptação às novas realidades econômicas e tecnológicas. Com a agenda de 2025 já delineada, o governo se prepara para um ano de desafios, mas também de potencial transformação, que pode definir o futuro da economia brasileira.