Fabio Rua alerta para o impacto dos veículos subsidiados e das estruturas de custo mais baixas que favorecem os carros chineses no Brasil.
O executivo da General Motors (GM), Fabio Rua, defendeu a implementação de um imposto sobre carros importados, com o objetivo de equilibrar a competitividade entre os veículos produzidos no Brasil e os carros importados da China. Segundo Rua, o mercado brasileiro não pode permitir que os carros fabricados localmente concorram com modelos subsidiados ou que se beneficiem de estruturas de custo que reduzem drasticamente seus preços, o que prejudica a produção nacional.
Em uma declaração recente, Rua enfatizou que a presença crescente de carros chineses no mercado brasileiro, com preços mais baixos devido a subsídios estatais e estratégias de preços agressivas, coloca em risco as montadoras locais, que enfrentam custos de produção mais elevados. “Não podemos deixar que os carros produzidos no Brasil sejam colocados em desvantagem, especialmente quando competem com veículos que contam com políticas governamentais que distorcem a concorrência”, afirmou o executivo.
Rua propôs a criação de uma medida fiscal que aumentaria os impostos sobre os veículos importados da China, visando proteger a indústria automotiva nacional. Para ele, a competitividade no setor não pode ser baseada apenas em preços baixos, mas também deve levar em conta a sustentabilidade das empresas locais e os empregos gerados pela produção interna.
A posição da GM gerou reações mistas. Enquanto representantes de outras montadoras brasileiras e sindicatos apoiaram a proposta como uma forma de proteger a indústria nacional, economistas e defensores do livre comércio alertaram para os riscos de aumentar tarifas e reduzir a competitividade do mercado, o que poderia resultar em preços mais altos para os consumidores.
Além da questão fiscal, Rua também mencionou as dificuldades enfrentadas pelas montadoras brasileiras devido ao custo da mão-de-obra, impostos e outras despesas operacionais, que tornam os carros locais mais caros em comparação aos importados. A proposta, portanto, se coloca como uma tentativa de equilibrar essa disparidade, garantindo que o mercado continue aberto e competitivo, mas com um foco maior na preservação da produção nacional.
Esse debate reflete um cenário mais amplo no setor automotivo, em que empresas locais e importadores tentam se adaptar às novas dinâmicas de mercado e políticas comerciais, ao mesmo tempo em que lidam com as pressões de um ambiente econômico globalizado e dinâmico. A questão continuará a ser um ponto de discussão entre as partes interessadas, à medida que o governo brasileiro e os atores do setor buscam encontrar soluções que equilibrem competitividade e proteção à indústria nacional.