Produto brasileiro, antes restrito à ração, agora pode ser usado na indústria alimentícia norte-americana.
Os Estados Unidos quase dobraram a compra de ovos do Brasil e, pela primeira vez, autorizaram seu uso na alimentação humana, embora apenas para industrialização. Até janeiro de 2025, a importação era permitida exclusivamente para ração animal. A mudança ocorre em meio a um cenário de alta nos preços internos e dificuldades no abastecimento do mercado norte-americano.
Crescimento dos mercados
Nos últimos meses, os EUA intensificaram a compra de ovos brasileiros, buscando suprir a crescente demanda interna. O volume importado praticamente dobrou em comparação com anos anteriores. As razões para esse aumento incluem:
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Alta nos preços dos ovos nos EUA – A gripe aviária e outros fatores reduziram a oferta doméstica, impactando o custo do produto.
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Necessidade de alternativas confiáveis – O Brasil, como um dos maiores produtores mundiais, se tornou um fornecedor estratégico para garantir o abastecimento.
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Expansão da importação para uso humano – Antes restrita à alimentação animal, os ovos brasileiros agora podem ser usados pela indústria de alimentos processados.
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Esforços dos EUA para ampliar oferta – Além de importar ovos do Brasil, o governo americano tenta realizar a produção interna, inclusive investindo na comercialização de ovos fecundados.
Restrições ao consumo in natura
Apesar da nova autorização, os ovos brasileiros ainda não podem ser vendidos diretamente ao consumidor norte-americano. O uso permitido é limitado à industrialização, desde que o produto passe por processos adicionais de segurança alimentar.
O que muda para o Brasil?
Para os produtores brasileiros, a ampliação da exportação representa uma oportunidade de crescimento no mercado externo. As empresas do setor já estudam adaptações para atender às critérios sanitários dos EUA e, futuramente, ampliar ainda mais sua participação.
Com o aumento das compras e a possibilidade de novas flexibilizações, a exportação de ovos do Brasil para os Estados Unidos pode se tornar um segmento estratégico para ambos os países.