Você está visualizando atualmente Desemprego sobe para 6,5% no início do ano.

Desemprego sobe para 6,5% no início do ano.

IBGE aponta alta após fim das contratações temporárias.

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 6,5% no trimestre encerrado em janeiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual representa uma alta em relação aos 6,3% registrados no trimestre anterior, encerrado em outubro. De acordo com o IBGE, o aumento reflete um movimento sazonal típico do início do ano, influenciado pelo desligamento de trabalhadores contratados temporariamente para as festas de fim de ano.

Apesar da elevação, o índice segue abaixo dos 8,4% registrados no mesmo período de 2023, evidenciando uma recuperação gradual do mercado de trabalho. Em números absolutos, o país tinha 7,1 milhões de pessoas em busca de emprego no trimestre encerrado em janeiro, um aumento de 3,4% em relação ao trimestre anterior. Já a população ocupada recuou para 100,5 milhões, com redução expressiva nos setores de comércio, construção civil e indústria.

Setores mais afetados

A queda na ocupação foi puxada pelo setor de comércio, que registrou 634 mil postos a menos no período, reflexo direto do encerramento das contratações sazonais para o Natal. A construção civil também teve retração, com 219 mil trabalhadores a menos. A indústria perdeu 180 mil empregos, impactada pela menor demanda no início do ano.

Por outro lado, alguns segmentos se mantiveram estáveis ou com leve alta na geração de vagas, como a administração pública, defesa e seguridade social, que empregaram 161 mil pessoas a mais no trimestre. O setor de informação e comunicação também registrou crescimento, com saldo positivo de 88 mil postos de trabalho.

Rendimento e informalidade

O rendimento médio real habitual do trabalhador ficou praticamente estável em R$ 3.078, sem variação significativa em relação ao trimestre anterior. O IBGE aponta que, mesmo com o aumento da taxa de desemprego, o mercado de trabalho segue em patamar mais favorável do que em anos anteriores.

A taxa de informalidade, que inclui trabalhadores sem carteira assinada e por conta própria sem CNPJ, ficou em 39,1%, o que representa cerca de 39,3 milhões de pessoas. Esse percentual permanece semelhante ao registrado no final de 2023, indicando que a estrutura do mercado de trabalho ainda mantém um alto número de trabalhadores sem vínculo formal.

Perspectivas para os próximos meses

Economistas destacam que a elevação do desemprego nos primeiros meses do ano já era esperada e não indica uma piora estrutural do mercado de trabalho. A expectativa é que, com a retomada gradual da atividade econômica, o nível de ocupação volte a crescer nos próximos trimestres, especialmente em setores como serviços e indústria.

Além disso, medidas de estímulo ao consumo e investimentos em infraestrutura podem contribuir para a recuperação da geração de empregos. No entanto, especialistas alertam que fatores como a política monetária, o cenário internacional e o ritmo de crescimento da economia serão determinantes para a evolução do mercado de trabalho ao longo de 2024.

Anuncie na Revista do Administrador
0 0 votos
Article Rating
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comments
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários