Indústria, serviços e importações ganham espaço enquanto agropecuária e exportações perdem força.
O forte crescimento do consumo em 2024 impulsionou a arrecadação de impostos sobre produtos em ritmo superior ao avanço do PIB. Enquanto setores desonerados, como exportações e agropecuária, perderam participação na economia, a indústria, os serviços e as importações foram os principais motores da atividade econômica no ano passado.
Expansão do consumo aquece arrecadação
O aumento da renda e do crédito ao consumidor elevou a demanda por bens e serviços, beneficiando diretamente a arrecadação de impostos como ICMS, PIS/Cofins e IPI. Com mais compras e transações sendo realizadas, a tributação sobre o consumo ganhou relevância no cenário econômico.
A indústria também registrou recuperação, impulsionada pela demanda interna e por investimentos em setores estratégicos. Esse movimento reforçou o peso dos tributos sobre a produção, enquanto as importações, que cresceram em volume e valor, contribuíram para o aumento da arrecadação de impostos alfandegários.
Setores desonerados perdem participação
Em contrapartida, segmentos que recebem incentivos fiscais, como agropecuária e exportações, cresceram em ritmo mais lento. A menor participação desses setores na composição do PIB reduziu sua influência na arrecadação, já que grande parte de suas receitas não é tributada da mesma forma que o consumo interno.
As exportações, apesar de ainda serem relevantes para a economia, enfrentaram oscilações devido à volatilidade dos preços globais e à menor demanda de alguns mercados internacionais. Com isso, seu impacto na geração de impostos foi menos expressivo em comparação com o crescimento da atividade voltada para o mercado interno.
Tendências para a economia
O cenário de forte arrecadação impulsionada pelo consumo levanta discussões sobre a estrutura tributária do país. Com a reforma tributária em andamento, o equilíbrio entre a tributação de bens e serviços e os incentivos a setores estratégicos será um dos desafios para os próximos anos.
Caso o consumo continue crescendo em ritmo acelerado, a arrecadação sobre produtos pode seguir ganhando espaço na composição da receita pública. No entanto, fatores como inflação, juros e políticas fiscais serão determinantes para manter essa trajetória e garantir um crescimento sustentável da economia.