Inflação foi impactada pela redução na conta de luz, mas alimentos seguem em alta.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medidor da inflação no Brasil, registrou alta de 0,16% em janeiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma desaceleração em relação a dezembro, quando o índice subiu 0,56%.
A queda na inflação foi impulsionada pela redução nas tarifas de energia elétrica, que recuaram após a revisão das bandeiras tarifárias. No entanto, a alta nos preços dos alimentos e dos combustíveis impediu um recuo maior no índice.
Energia puxa inflação para baixo
O setor de habitação, que inclui os custos com eletricidade, teve variação negativa de 1,07%, contribuindo diretamente para a desaceleração do IPCA. A mudança nas bandeiras tarifárias da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) permitiu uma redução no preço da conta de luz para os consumidores.
Já os combustíveis, que haviam registrado queda em dezembro, voltaram a subir. A gasolina aumentou 0,85%, enquanto o etanol teve alta de 1,73%, pressionando o grupo de transportes, que avançou 0,77% no mês.
Alimentos seguem pressionando o orçamento
Apesar da desaceleração geral da inflação, o custo dos alimentos continua pesando para as famílias. O grupo alimentação e bebidas teve alta de 1,38%, puxado pelo aumento do feijão-carioca (14,15%), do arroz (5,03%) e da batata-inglesa (17,71%). Esses itens são básicos na dieta dos brasileiros e tiveram forte impacto no orçamento doméstico.
O aumento nos preços dos alimentos foi impulsionado por fatores como clima adverso e custos elevados de produção. A seca em algumas regiões e as chuvas excessivas em outras afetaram a oferta de produtos agrícolas.
Perspectivas para os próximos meses
Especialistas avaliam que a inflação deve continuar sob controle nos primeiros meses do ano, mas alertam para a necessidade de acompanhar os preços dos alimentos e combustíveis. O Banco Central mantém a taxa de juros elevada justamente para conter pressões inflacionárias.
O governo também segue monitorando os preços administrados, como energia e combustíveis, para evitar oscilações bruscas. A expectativa é que o IPCA fique dentro da meta estabelecida para 2024, que é de 3% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.