Polícia Federal investiga rede de clínicas acusada de fraudar operadoras de saúde e cobrar irregularmente pacientes.
Uma operação da Polícia Federal (PF) revelou um esquema de fraudes em uma rede de clínicas médicas, que teria lesado planos de saúde e cobrado irregularmente dívidas de beneficiários. A investigação, batizada de Operação Diagnóstico, teve início após denúncias de usuários e auditorias feitas por operadoras.
Segundo a PF, as fraudes consistiam em registros falsos de procedimentos médicos, alguns nunca realizados, e em cobranças duplicadas de consultas e exames. Além disso, beneficiários relatam terem recebido cobranças diretas por serviços que deveriam estar cobertos pelos planos de saúde contratados.
O modelo de gestão da rede de clínicas também está sob análise. Documentos apreendidos sugerem práticas internas que visavam maximizar lucros com a manipulação de sistemas e relatórios. Gestores da empresa orientavam funcionários a burlar regras de contratos firmados com as operadoras de saúde.
De acordo com especialistas, o caso expõe falhas na regulação do setor. “A ausência de um monitoramento mais rigoroso cria brechas para esse tipo de fraude. Os prejuízos recaem tanto sobre os beneficiários quanto sobre o sistema como um todo”, afirma o economista Luís Carvalho, especializado em gestão de saúde.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que acompanha a investigação e pode aplicar sanções às clínicas envolvidas, incluindo multas e suspensão de atividades. Já as operadoras avaliam ações judiciais para reaver os valores pagos indevidamente.
A rede de clínicas nega as acusações e afirma que está colaborando com as autoridades. No entanto, a PF indicou que já existem provas substanciais do envolvimento de gestores e sócios no esquema.
Os beneficiários afetados podem acionar a Justiça para contestar cobranças indevidas e buscar reparação de danos. A PF orienta que novas denúncias sejam encaminhadas pelo canal de atendimento da corporação.