Pequim adota medida em resposta às sanções de Washington e intensifica disputa comercial.
Pequim – A China anunciou nesta segunda-feira (4) a aplicação de novas tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos. A decisão vem em resposta às recentes sanções econômicas impostas pelo ex-presidente Donald Trump, que ampliou as taxas sobre bens chineses.
A medida chinesa atinge setores estratégicos da economia americana, incluindo produtos agrícolas, manufaturas industriais e componentes tecnológicos. Entre os itens afetados estão a soja, o milho e os semicondutores, insumos essenciais para diversos setores produtivos.
O Ministério do Comércio da China afirmou que as tarifas são uma “resposta necessária” às ações de Washington e visam proteger os interesses da economia nacional. “Os Estados Unidos insistem em impor barreiras comerciais injustificadas. A China tomará todas as medidas necessárias para defender seus direitos e sua soberania econômica”, declarou um porta-voz do governo chinês.
Escalada da disputa comercial
A tensão entre as duas maiores economias do mundo se intensificou nos últimos meses, com os EUA ampliando tarifas sobre bilhões de dólares em produtos chineses. Pequim já havia alertado que retaliaria caso Washington mantivesse as medidas restritivas.
Empresários americanos, especialmente do setor agrícola, demonstram preocupação com os impactos da nova rodada de sanções. A China é um dos maiores compradores de soja e milho dos EUA, e as tarifas podem reduzir significativamente as exportações desses produtos, afetando produtores rurais e a economia de estados que dependem dessas transações.
No setor tecnológico, a disputa também se acirra. A imposição de tarifas sobre semicondutores e outros componentes eletrônicos pode prejudicar empresas americanas que exportam para a China, afetando cadeias globais de suprimento e elevando os custos de produção.
Mercados reagem com instabilidade
O mercado financeiro reagiu com volatilidade à escalada das tensões comerciais. Bolsas de valores na Ásia e nos Estados Unidos registraram quedas após o anúncio das novas tarifas, refletindo o temor dos investidores sobre os efeitos da disputa.
Analistas acreditam que a guerra comercial pode se agravar nos próximos meses, com novas rodadas de sanções e retaliações de ambos os lados. A expectativa é que a Casa Branca se pronuncie nos próximos dias sobre os impactos da medida chinesa e os possíveis desdobramentos.
A incerteza no comércio internacional preocupa economistas, que alertam para possíveis efeitos sobre o crescimento global. “Se essa escalada continuar, poderemos ver uma desaceleração econômica mais ampla, afetando não apenas os EUA e a China, mas também outros países que dependem dessas relações comerciais”, avaliou um especialista em comércio internacional.
Enquanto isso, empresas e consumidores aguardam os próximos passos dessa disputa, que já dura anos e continua impactando a economia mundial.