Setor financeiro não se beneficia de taxas elevadas.
Apesar da percepção comum de que juros altos favorecem os bancos, a realidade é diferente. Segundo Felix Cardamone, executivo do setor, instituições financeiras lucram mais em um cenário de juros baixos. A explicação está no aumento da demanda por crédito, que impulsiona a concessão de empréstimos e estimula a economia.
Expansão do crédito fortalece o lucro bancário
Quando os juros caem, mais consumidores e empresas buscam financiamentos, aumentando a carteira de crédito dos bancos. Isso gera maior volume de negócios, com menor risco de inadimplência. Já em períodos de taxas elevadas, o custo do dinheiro se torna proibitivo, reduzindo a procura por empréstimos e prejudicando o desempenho do setor.
Juros altos freiam a economia e afetam os bancos
Além de desestimular o consumo e o investimento, taxas elevadas aumentam a inadimplência. Com mais dificuldades para pagar dívidas, consumidores e empresas atrasam prestações, elevando o risco de calotes. Isso obriga os bancos a reforçar suas provisões para perdas, o que impacta diretamente os lucros.
Consignado e expansão de lojas físicas em alta
Outro ponto destacado por Cardamone é a ampliação das linhas de crédito consignado, que oferecem juros mais baixos por conta da garantia de pagamento direto na folha salarial. O setor também aposta na expansão de agências e lojas físicas, reforçando o atendimento presencial em meio à digitalização dos serviços financeiros.
Digitalização e o papel dos bancos tradicionais
Mesmo com o crescimento das fintechs, bancos tradicionais mantêm um papel relevante na economia. A combinação de canais físicos e digitais permite oferecer um atendimento mais amplo, alcançando clientes que ainda preferem o contato presencial para contratar crédito e outros serviços financeiros.
Expectativa para os próximos anos
Com a tendência de queda na taxa Selic, o mercado financeiro pode se beneficiar de um novo ciclo de crescimento do crédito. Se confirmada a redução dos juros, a expectativa é de que bancos aumentem seus lucros por meio da expansão das operações, em vez de dependerem de margens elevadas sobre um volume menor de empréstimos.