Viagem, inicialmente prevista para oito dias, já dura nove meses, mas pagamento foi limitado a 40 horas semanais.
Astronautas da NASA que ficaram presos no espaço após uma missão que deveria durar apenas oito dias têm recebido seu salário regular, com base em uma carga horária de 40 horas semanais, apesar de estarem no espaço há nove meses. De acordo com informações divulgadas pela agência espacial americana, os astronautas não receberam compensação adicional por trabalho realizado durante feriados ou finais de semana.
A missão, que inicialmente tinha previsão de curto prazo, se estendeu devido a complicações imprevistas, forçando os astronautas a permanecerem na estação espacial muito além do planejado. Mesmo com a extensão significativa da missão, os salários permanecem atrelados ao valor acordado para a carga de trabalho padrão, sem considerar horas extras, que são aplicadas apenas em missões terrestres.
Os astronautas da NASA têm salários baseados em categorias definidas pela agência, com diferentes faixas dependendo do cargo e da experiência. As condições de trabalho no espaço são extremamente desafiadoras, e, apesar do risco e da responsabilidade envolvidos, a remuneração dos astronautas não inclui compensações extras pelo tempo adicional de serviço.
Especialistas em relações de trabalho e sindicatos de trabalhadores de setores de alta responsabilidade têm questionado essa política, apontando que o aumento inesperado da duração das missões deveria ser tratado de maneira diferente, especialmente diante do impacto que isso pode ter na saúde mental e no bem-estar dos astronautas.
Em resposta, a NASA explicou que as políticas de compensação são regidas por normas estabelecidas e que as horas extras ou qualquer ajuste nos salários só são aplicáveis a missões que acontecem na Terra. A agência também ressaltou que as condições de trabalho para os astronautas são cuidadosamente monitoradas, com suporte psicológico e médico contínuo, apesar da falta de pagamento adicional por períodos extraordinários.
A missão prolongada também levantou questões sobre os custos de manutenção das operações espaciais e os desafios de prolongar estadas no espaço por períodos tão longos. Cientistas e engenheiros da NASA continuam a trabalhar para garantir que a saúde física e mental dos astronautas seja preservada durante o tempo extra na órbita, até que o retorno à Terra seja possível.