As perdas de energia elétrica representam um dos maiores desafios do setor elétrico brasileiro. De acordo com um estudo publicado na Cognitionis Scientific Journal, cerca de 14% da eletricidade gerada no país se perde antes de chegar ao consumidor final. Esse desperdício impacta diretamente o bolso dos brasileiros e agrava os desafios ambientais do setor.
Carol Santos
A pesquisa, conduzida por Lázzaro Henrique Soares Barbosa, da Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR-BA), e Jhonata Jankowitsch Amorim, da Logos University International, destaca que o uso de reguladores de tensão e um planejamento eficiente das redes de distribuição podem minimizar significativamente essas perdas. Segundo os pesquisadores, equipamentos modernos e um controle mais preciso da distribuição de energia podem trazer maior confiabilidade ao sistema e reduzir custos para consumidores e concessionárias.
Por que a energia elétrica se perde?
As perdas elétricas se dividem em duas categorias principais, sendo as perdas técnicas, que ocorrem naturalmente devido à resistência dos cabos e transformadores, resultando na dissipação de energia em forma de calor, e as perdas não técnicas, que englobam furtos de energia, erros de medição e falhas administrativas. Segundo os pesquisadores da Logos University Int., os reguladores de tensão desempenham um papel fundamental na redução dessas perdas. Modelos como os reguladores de 32 degraus e os autoboosters ajudam a estabilizar a tensão, garantindo que a eletricidade chegue aos consumidores de forma mais eficiente e com menor desperdício.
O impacto na conta de luz
Os custos das perdas elétricas são repassados diretamente para os consumidores. Isso significa que parte do que pagamos na conta de luz corresponde à energia desperdiçada no caminho entre a geração e o consumo.
“Se as concessionárias adotassem equipamentos de controle de tensão mais eficientes e investissem em infraestrutura moderna, os custos operacionais diminuiriam e, consequentemente, a conta de luz poderia ser reduzida”, explica Jhonata Jankowitsch Amorim, coautor do estudo e doutor pela Logos University Int.
Além disso, um sistema mais eficiente contribuiria para a sustentabilidade, reduzindo a necessidade de geração extra de energia e, consequentemente, as emissões de carbono associadas ao setor elétrico.
Soluções para um sistema elétrico mais eficiente
Os pesquisadores sugerem algumas medidas para otimizar a distribuição de energia:
- Instalação de reguladores de tensão modernos, capazes de ajustar automaticamente os níveis de energia.
- Melhoria no planejamento das redes de distribuição, com projetos que minimizem perdas desde a fase de construção.
- Combate ao furto de energia, um dos principais fatores das perdas não técnicas.
- Investimentos em tecnologia e automação, permitindo um monitoramento mais eficiente do consumo e da distribuição.
Sem essas medidas, o Brasil continuará desperdiçando bilhões de reais em energia perdida, enquanto os consumidores seguirão pagando tarifas elevadas. O estudo da Logos University Int. reforça a necessidade de ações imediatas para tornar o setor elétrico mais eficiente, econômico e sustentável.
Reguladores de tensão: tecnologia que pode salvar bilhões do setor elétrico
Um dos principais destaques da pesquisa é o papel dos reguladores de tensão na otimização do sistema elétrico.
Esses dispositivos garantem que a eletricidade chegue aos consumidores nos parâmetros ideais de tensão, evitando quedas ou oscilações que possam danificar equipamentos e gerar desperdício.
“Os reguladores de tensão são essenciais para estabilizar a rede elétrica. Sem eles, as flutuações de energia aumentam as perdas, impactando diretamente os consumidores e elevando os custos operacionais das distribuidoras”, explica Barbosa.
Diferentes tipos de reguladores
O estudo destaca dois modelos principais:
- Reguladores de 32 degraus: dispositivos que ajustam automaticamente a tensão elétrica, evitando oscilações bruscas.
- Autobooster: tecnologia mais simples, utilizada principalmente em redes rurais para elevar a tensão em locais onde há queda excessiva.
Esses equipamentos são fundamentais para evitar perdas por efeito Joule, que ocorre quando a energia elétrica dissipada em forma de calor aumenta devido a variações na tensão.
Impacto na economia e na indústria
Além de reduzir as contas de luz da população, um sistema elétrico mais eficiente pode gerar impactos positivos para a economia. Empresas e indústrias frequentemente enfrentam problemas causados por oscilações de energia, que podem danificar máquinas e interromper a produção.
“Com reguladores de tensão bem posicionados e redes de distribuição planejadas, as empresas podem operar com mais estabilidade e previsibilidade, reduzindo prejuízos causados por falhas no fornecimento elétrico”, destacam os pesquisadores.
O futuro da energia no Brasil
A pesquisa publicada na Cognitionis Scientific Journal reforça que o Brasil precisa modernizar sua infraestrutura elétrica. Sem investimentos em equipamentos como reguladores de tensão e um planejamento estratégico das redes, o país continuará perdendo recursos valiosos.
Para os pesquisadores, o caminho para um setor elétrico mais eficiente passa pela tecnologia e por políticas públicas que incentivem a modernização da distribuição de energia.
A mensagem do estudo é clara: um sistema elétrico eficiente não apenas reduz custos para consumidores e empresas, mas também fortalece a economia e contribui para um futuro mais sustentável.
Dados da Pesquisa:
Nome da revista: COGNITIONIS Scientific Journal
Título do artigo: Reguladores de Tensão, Perdas em Sistemas de Distribuição e Projeto de Redes de Distribuição de Energia
Autores: Lázzaro Henrique Soares Barbosa, Jhonata Jankowitsch Amorim
Volume e edição: Volume 8, Edição 1 Páginas: 1 – 21
Data de publicação: 30 de janeiro de 2025
ISSN: 2595-8801
DOI (se aplicável): https://doi.org/10.38087/2595.8801.588
Link de acesso: https://revista.cognitioniss.org/index.php/cogn/article/view/588/475