Desembargadores são suspeitos de favorecer grileiros e expõem falhas na gestão de terras
Uma investigação conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF) identificou indícios de que desembargadores do Mato Grosso do Sul estariam favorecendo grupos de grileiros em decisões judiciais. O esquema, que envolve a legalização irregular de terras, levanta preocupações sobre a gestão fundiária e a integridade do sistema judiciário no estado.
Segundo os procuradores, os magistrados teriam proferido sentenças que beneficiam invasores de terras públicas e áreas protegidas. A prática não só agrava conflitos fundiários, como também gera prejuízos à economia local, impactando a arrecadação tributária e desestimulando investimentos no agronegócio – setor vital para a região.
Para especialistas em administração pública, o caso evidencia a necessidade de reformas no controle e monitoramento de terras. “A grilagem compromete o planejamento territorial, fragiliza o estado de direito e eleva os custos de regularização fundiária, que já são altos”, alerta um professor de economia agrária da UFGD.
Os efeitos desse tipo de esquema se estendem à gestão ambiental e aos cofres públicos. A ocupação irregular dificulta a preservação de áreas protegidas e amplia despesas com fiscalização e recuperação de terras degradadas. Além disso, o favorecimento de grileiros afeta a credibilidade do sistema jurídico, afastando investidores e fragilizando a governança.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) cobrou transparência e agilidade no andamento do processo, enquanto movimentos sociais e organizações ambientais exigem punições exemplares.