PIB do Brasil pode crescer abaixo de 2% em 2025. O baixo dinamismo global, desafios internos como baixa produtividade e investimentos insuficientes preocupam o mercado.
O economista Aod Cunha, um dos mais respeitados analistas econômicos do Brasil, fez uma projeção que acendeu um alerta sobre o futuro do crescimento econômico do país. Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve registrar expansão abaixo de 2% em 2025, frustrando as expectativas de recuperação mais consistente que muitos agentes de mercado e do setor produtivo esperavam.
Principais desafios para o crescimento econômico
Cunha destacou que o crescimento mais lento se deve a uma combinação de fatores internos e externos. No cenário internacional, o Brasil enfrenta um contexto de baixo dinamismo da economia global, com grandes economias, como a China e os Estados Unidos, reduzindo seu ritmo de crescimento. Isso impacta diretamente as exportações brasileiras, especialmente de commodities, que são um dos motores do PIB nacional.
No âmbito doméstico, os desafios são ainda mais preocupantes. O economista aponta para uma série de gargalos que precisam ser resolvidos:
- Baixa produtividade: O Brasil ainda sofre com um ambiente de negócios pouco competitivo, onde a burocracia e os custos operacionais elevados prejudicam o desempenho das empresas.
- Investimentos insuficientes: O nível de investimentos em infraestrutura, tecnologia e inovação permanece abaixo do necessário para sustentar um crescimento robusto.
- Ajuste fiscal: Embora o governo tenha dado passos importantes na tentativa de reorganizar as contas públicas, a incerteza sobre o cumprimento das metas fiscais e o avanço de reformas estruturais, como a administrativa e a tributária, mantém o país em um estado de fragilidade econômica.
Impactos para a população e os setores produtivos
Se o crescimento abaixo de 2% se confirmar, os impactos poderão ser sentidos em diversos setores da economia. O mercado de trabalho, por exemplo, tende a sofrer com uma geração de empregos aquém do necessário para absorver a força de trabalho crescente. Isso pode levar a um aumento na informalidade e à desaceleração do aumento da renda média da população.
Além disso, o baixo crescimento limita a capacidade de arrecadação do governo, reduzindo os recursos disponíveis para investimentos em áreas essenciais, como saúde, educação e segurança. Esse cenário também dificulta a redução das desigualdades sociais, que permanecem como um dos grandes desafios estruturais do país.
O que pode ser feito para reverter esse cenário?
Para evitar um crescimento econômico tão tímido, Aod Cunha destaca a necessidade de um esforço conjunto entre governo e setor privado para implementar medidas que estimulem o ambiente de negócios e aumentem a produtividade. Entre as ações sugeridas estão:
- Reformas estruturais: A reforma tributária, que simplifique o sistema de impostos, e a reforma administrativa, que torne o setor público mais eficiente, são consideradas fundamentais.
- Incentivo aos investimentos: Políticas que estimulem parcerias público-privadas (PPPs) e atraiam capital estrangeiro para setores estratégicos, como infraestrutura e energia renovável, podem ajudar a destravar o crescimento.
- Foco na inovação: Investir em tecnologia, educação e qualificação da mão de obra é crucial para elevar a produtividade e tornar o Brasil mais competitivo no cenário internacional.
Perspectivas para o médio e longo prazo
Apesar do cenário desafiador, especialistas apontam que o Brasil ainda tem potencial para reverter esse quadro e retomar taxas de crescimento mais expressivas. Para isso, no entanto, será necessário um esforço consistente de planejamento e execução de políticas públicas, além de uma visão de longo prazo que priorize o desenvolvimento sustentável e inclusivo.
O alerta de Aod Cunha serve como um chamado para a ação. A construção de um futuro mais promissor para a economia brasileira dependerá das decisões tomadas agora, tanto no âmbito político quanto no setor produtivo.