No Dia do Obstetra, especialistas ressaltam a importância da especialidade para a redução da mortalidade materna e a eficiência dos serviços de saúde.
O Brasil celebra, em 12 de abril, o Dia do Obstetra. A data homenageia os médicos responsáveis pelo acompanhamento da gestação, parto e pós-parto, garantindo a segurança de mães e bebês. Além do papel essencial no atendimento individual, a obstetrícia tem impacto direto na gestão da saúde pública e privada, contribuindo para a redução da mortalidade materna e neonatal, além da otimização dos recursos hospitalares.
Com os avanços na medicina e na tecnologia, o trabalho dos obstetras se tornou ainda mais estratégico. Protocolos baseados em evidências científicas, monitoramento digital da gravidez e o uso de inteligência artificial para prever complicações são algumas das inovações que auxiliam na melhoria do atendimento materno.
Saúde materna e a eficiência do sistema de saúde
O pré-natal bem estruturado, coordenado pelo obstetra, é uma das principais estratégias para evitar complicações durante a gravidez e o parto. O acompanhamento adequado reduz os riscos de partos prematuros, eclâmpsia (hipertensão grave na gestação) e hemorragias pós-parto, que estão entre as principais causas de mortalidade materna.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 60% das mortes maternas poderiam ser evitadas com assistência obstétrica qualificada e acesso a serviços de saúde adequados. Nesse contexto, a presença de obstetras bem treinados melhora a eficiência do sistema de saúde ao prevenir internações prolongadas e reduzir a necessidade de intervenções emergenciais.
“A obstetrícia não é apenas sobre trazer vidas ao mundo, mas também sobre garantir que a mãe e o bebê tenham um atendimento seguro e humanizado”, afirma a médica especialista em saúde materna Carolina Figueiredo. “Quando investimos em um pré-natal de qualidade, evitamos complicações que sobrecarregam os hospitais e geram altos custos para o sistema de saúde.”
Obstetrícia e gestão hospitalar
A atuação dos obstetras também impacta diretamente a organização dos serviços hospitalares. A otimização dos partos, a redução de cesarianas desnecessárias e a melhoria na triagem de gestações de alto risco são fatores que tornam a gestão hospitalar mais eficiente.
Nos últimos anos, o Brasil tem avançado na implementação de protocolos que incentivam o parto humanizado e o uso racional da cesariana. Em 2023, o Ministério da Saúde reforçou diretrizes para reduzir a taxa de cesáreas desnecessárias, promovendo o parto normal sempre que possível e garantindo que a escolha do procedimento cirúrgico seja baseada em critérios médicos e não apenas na conveniência hospitalar.
A presença de obstetras em unidades básicas de saúde também contribui para descentralizar o atendimento e evitar a superlotação de maternidades. Programas de acompanhamento materno nos municípios ajudam a identificar gestantes de risco e encaminhá-las para serviços especializados antes que surjam complicações.
Avanços e desafios na obstetrícia
Com o avanço da tecnologia, a obstetrícia tem se beneficiado de novas ferramentas que permitem um monitoramento mais preciso da gravidez. O uso de inteligência artificial para prever complicações, a telemedicina para acompanhamento remoto e exames genéticos avançados são algumas das inovações que vêm transformando a especialidade.
No entanto, desafios ainda persistem, especialmente no acesso à assistência qualificada em regiões mais afastadas. A desigualdade no atendimento pré-natal e a carência de obstetras em algumas áreas comprometem a saúde materna e infantil, exigindo políticas públicas mais eficazes.
“O Brasil avançou muito, mas ainda temos um caminho a percorrer para garantir que todas as gestantes tenham acesso ao mesmo nível de cuidado”, alerta o obstetra João Medeiros, especialista em saúde pública. “A qualificação profissional e a descentralização do atendimento são medidas fundamentais para melhorar os indicadores de mortalidade materna.”
O futuro da obstetrícia e a importância do reconhecimento
O Dia do Obstetra reforça a importância desses profissionais na estrutura da saúde. Além do atendimento clínico, sua atuação é crucial para a formulação de políticas públicas que garantam um atendimento mais seguro, humanizado e eficiente para mães e bebês.
Com o avanço das pesquisas e da tecnologia, a obstetrícia tende a se tornar ainda mais precisa e personalizada. O uso de dados preditivos, a integração entre hospitais e unidades de atenção primária e a capacitação contínua dos profissionais serão essenciais para aprimorar o atendimento obstétrico no Brasil.
Reconhecer o papel do obstetra não é apenas valorizar uma especialidade médica, mas também fortalecer todo o sistema de saúde, garantindo que mais mulheres tenham uma gestação segura e um parto tranquilo.