Ex-presidente é acusado de envolvimento em tentativa de golpe de Estado.
O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para 25 de março o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. A decisão foi tomada pelo ministro Cristiano Zanin, relator do caso, após Alexandre de Moraes liberar a ação para análise.
Bolsonaro é acusado de envolvimento em um plano para desacreditar o sistema eleitoral e interferir na transição de governo após sua derrota nas eleições de 2022. O inquérito aponta que o ex-presidente teria participado de reuniões e orientado aliados na divulgação de informações falsas sobre as urnas eletrônicas e o processo eleitoral.
Investigação e provas
A investigação se baseia em depoimentos, documentos e mensagens trocadas entre militares, ex-ministros e assessores próximos a Bolsonaro. Um dos elementos centrais do inquérito é a minuta de um decreto que prevê a anulação das eleições e a convocação de novas votações sob supervisão militar.
Além disso, delações de ex-integrantes do governo reforçam a tese de que Bolsonaro discutiu estratégias para evitar um bando de Lula. O ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres são alguns dos nomes que aparecem nas investigações como possíveis participantes do suposto plano.
Possíveis desdobramentos
O julgamento no STF pode resultar na inclusão formal de Bolsonaro como réu por tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, crimes previstos no Código Penal. Caso isso ocorra, ele poderá enfrentar um processo que pode levar a relatórios e até prisão.
Aliados do ex-presidente criticaram a condução do inquérito e alegaram que as acusações têm solicitação política. Bolsonaro, que nega qualquer envolvimento em atos golpistas, vem reforçando sua defesa e buscando apoio de sua base para enfrentar o julgamento.
O resultado da sessão do STF será determinante para o futuro político do ex-presidente e pode influenciar o cenário eleitoral de 2026.