Índice Nacional de Confiança registra 99 pontos em fevereiro, refletindo aumento do pessimismo entre os brasileiros.
A confiança dos consumidores na economia brasileira atingiu, em fevereiro, o menor nível dos últimos oito meses. O Índice Nacional de Confiança (INC) caiu para 99 pontos, marcando uma retração significativa em comparação ao mesmo período do ano passado. O pessimismo cresce entre as famílias, refletindo preocupações com inflação, endividamento e mercado de trabalho.
O INC varia de 0 a 200 pontos, sendo que valores abaixo de 100 indicam um cenário de desconfiança. Desde junho do ano passado, o indicador não ficava abaixo dessa marca. O resultado aponta para uma postura mais cautelosa por parte dos brasileiros, especialmente em relação ao consumo e aos investimentos pessoais.
A pesquisa foi realizada com famílias de diferentes regiões do país, abrangendo capitais e cidades do interior. A queda na confiança foi observada em todas as áreas geográficas, sendo mais intensa no Centro-Oeste e no Norte. Em termos de renda, o recuo foi mais acentuado entre as famílias da classe C, que costumam ser mais sensíveis a variações econômicas.
Os fatores que impulsionam esse pessimismo incluem o aumento do endividamento das famílias, o custo elevado do crédito e a incerteza sobre o futuro da economia. A percepção de que os preços continuam altos, mesmo com uma inflação controlada, também pesa na avaliação dos consumidores. Além disso, preocupações com o mercado de trabalho e com a capacidade de recuperação do poder de compra influenciam diretamente o humor dos brasileiros.
A retração na confiança do consumidor tem impacto direto no comportamento da economia. Quando os consumidores reduzem o consumo e evitam assumir novas dívidas, setores como comércio e serviços tendem a sentir os efeitos. Empresários acompanham de perto esses indicadores para ajustar suas estratégias e evitar prejuízos.
Especialistas avaliam que, para reverter essa tendência, é necessário um ambiente econômico mais favorável, com estabilidade nos preços, redução do endividamento das famílias e uma melhora na geração de empregos. Sem isso, a confiança pode continuar em queda, afetando o crescimento do país nos próximos meses.