A medida que limitou os juros do rotativo do cartão de crédito ajudou a reduzir o endividamento das famílias e estabilizou a economia, mas desafios ainda permanecem.
Há um ano, a Lei do Juro no Rotativo entrou em vigor com o objetivo de controlar os abusivos índices de juros cobrados no rotativo do cartão de crédito, uma das principais fontes de endividamento no Brasil. O impacto dessa medida foi significativo para milhões de brasileiros que, ao longo dos anos, enfrentaram o que ficou conhecido como a “bola de neve” das dívidas, onde os juros exorbitantes faziam com que o valor das parcelas aumentasse exponencialmente.
A lei estabeleceu um limite para os juros do crédito rotativo, restringindo as taxas a um patamar mais acessível e exigindo que as instituições financeiras oferecessem alternativas mais viáveis para os consumidores. Com isso, foi possível observar uma desaceleração no ritmo de crescimento do endividamento das famílias brasileiras.
De acordo com os dados mais recentes do Banco Central, o número de inadimplentes no país teve uma leve queda, refletindo a redução nas taxas de juros do rotativo. Além disso, os consumidores passaram a ter maior clareza sobre o impacto do pagamento mínimo da fatura e foram incentivados a buscar alternativas de crédito mais vantajosas, como o parcelamento da dívida com taxas menores.
No entanto, apesar dos avanços, os desafios ainda são grandes. As dívidas do rotativo continuam sendo uma preocupação para uma parcela considerável da população, especialmente em tempos de inflação e desemprego altos. A dificuldade de muitos consumidores em acessar crédito barato e as altas taxas em outras modalidades de empréstimos ainda são fatores que contribuem para a persistência de uma parte significativa da dívida.
As instituições financeiras, por sua vez, ajustaram seus modelos de negócios, oferecendo novas opções de crédito com condições mais transparentes e com uma maior ênfase na educação financeira. A expectativa é de que, com o tempo, os consumidores aprendam a gerenciar melhor suas finanças pessoais, evitando o uso excessivo do crédito rotativo e adotando práticas de consumo mais responsáveis.