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Governo aposta em isenção de IR e ampliação do crédito para aliviar pressão no bolso do consumidor.

Medidas buscam estimular a economia e conter os efeitos da inflação, com foco em famílias de baixa e média renda.

Em meio à pressão inflacionária e ao aumento do custo de vida, o governo federal anunciou que pretende concentrar esforços em duas frentes: a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) e a expansão do acesso ao crédito. A estratégia visa aliviar o impacto da alta de preços sobre as famílias, especialmente as de baixa e média renda, além de estimular o consumo e a atividade econômica.

A proposta de isenção do IR faz parte de uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca ampliar a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Atualmente, estão isentos contribuintes que recebem até R$ 2.640. A equipe econômica trabalha para que a nova faixa seja implementada ainda este ano, dependendo da aprovação no Congresso Nacional.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a ampliação da isenção pode beneficiar milhões de brasileiros. Segundo ele, a medida “vai injetar recursos diretamente no consumo, ajudando a impulsionar a economia em um momento de aperto para muitas famílias”.

Expansão do crédito como estímulo à economia

Além da isenção no IR, o governo estuda a ampliação de programas de crédito, com foco em micro e pequenas empresas e no acesso ao crédito consignado para aposentados e pensionistas. O objetivo é facilitar o acesso a financiamentos com juros mais baixos, incentivando investimentos e estimulando o consumo interno.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também deve anunciar, em breve, novas linhas de crédito voltadas para a indústria e o agronegócio, setores considerados fundamentais para o crescimento econômico. A expectativa é que essas medidas ajudem a reduzir o impacto da inflação e estimulem a geração de empregos.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o foco será a concessão de crédito produtivo, com condições acessíveis para setores que possam impulsionar a economia. “Nosso objetivo é garantir financiamento a juros mais justos, ajudando a aquecer a economia real”, afirmou.

Desafios e impactos das medidas

Apesar das intenções do governo, especialistas apontam desafios para a implementação das medidas. A ampliação da isenção do IR pode gerar perda de arrecadação e pressionar as contas públicas, exigindo compensações fiscais. A equipe econômica estuda formas de equilibrar o impacto orçamentário, possivelmente com o aumento da arrecadação em outros setores.

Já a ampliação do crédito enfrenta um cenário de juros elevados, com a taxa básica de juros (Selic) em 11,25% ao ano. Embora o Banco Central tenha iniciado um ciclo de cortes, analistas indicam que o alto custo do crédito ainda limita o acesso de famílias endividadas e empresas de pequeno porte.

Além disso, a recente alta da prévia da inflação, que chegou a 1,23% em fevereiro, pressiona ainda mais o poder de compra da população. A ampliação do acesso ao crédito e a isenção do IR são vistas como medidas paliativas, mas necessárias para conter os efeitos imediatos da perda do poder aquisitivo.

Reações do mercado e expectativas

O mercado financeiro reagiu com cautela às propostas, especialmente em relação ao impacto fiscal da isenção do IR. Economistas avaliam que, embora as medidas possam estimular o consumo no curto prazo, é fundamental garantir equilíbrio nas contas públicas para evitar aumento da dívida.

Por outro lado, representantes do setor produtivo e entidades de defesa do consumidor elogiaram a iniciativa, destacando que o alívio fiscal pode trazer um fôlego importante para as famílias mais afetadas pela inflação.

O governo deve apresentar um pacote detalhado nas próximas semanas, com previsão de envio ao Congresso Nacional em março. A expectativa é que as medidas sejam implementadas de forma gradual, com foco em garantir estabilidade fiscal e fomentar o crescimento econômico.

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